Handebol é mais que um esporte, é uma terapia e significa vida para a professora Cláudia de Oliveira, 50, técnica da Escola Estadual Monteiro Lobato, de Boa Vista (RR). A equipe é uma das 11 participantes da Taça Manaus de Handebol Juvenil Masculino e Feminino 2023, que começou na última terça-feira (06/06) e vai até domingo (11/06), nos ginásios Renné Monteiro e Rio Negro, na capital amazonense.
Cláudia e seu marido, Jean Carlos, lideram a delegação de Roraima na competição interestadual. São 17 meninos e 14 meninas na delegação, além de alguns pais dos atletas que compõem o grupo que está em Manaus. O transporte foi custeado pelo vice-governador do estado, Edilson Damião, enquanto a logística de uniforme e alimentação foi bancada pelos “paitrocinadores”.
“Atualmente, somos (EE Monteiro Lobato) campeões estaduais do Masculino e vice do Feminino nessa faixa etária de 15 a 17 anos, que é o nível escolar. Disputar competições escolares nacionais é um sonho que almejamos e queremos alcançar, por isso esse intercâmbio no Amazonas é tão importante”, disse a professora, pouco depois de comandar o time masculino na primeira rodada da Taça Manaus.
Drama e emoção – O trabalho à beira da quadra, na verdade, esconde um drama. Cláudia, que tem quase 30 anos de dedicação ao handebol e à formação dos alunos como profissional de Educação Física em Roraima, está conciliando o esporte com uma luta pessoal pela vida.
Em 2021, a professora foi diagnosticada com câncer na mama direita e precisou fazer uma cirurgia. Ainda passou por uma segunda cirurgia, na qual fez uma mastectomia radical para retirada da mama. A batalha inclui também quimioterapia e radioterapia. O tratamento está sendo feito em Boa Vista e Manaus, mais precisamente na Fundação Cecon.
“É um tratamento de saúde bem complicado, não gosto muito de falar porque me emociono. Mas está tudo dando certo, está tudo tranquilo e vamos conseguir vencer, em nome de Jesus”, contou Cláudia, entre lágrimas, sorrisos e otimismo.
Na rodada de abertura, as equipes de Roraima perderam seus jogos tanto no Masculino quanto no Feminino. Mas o resultado na modalidade olímpica mais difundida nas escolas do Brasil não é a principal luta da professora. E vencer não é a maior aula que um mestre pode dar aos alunos.
“O handebol, para mim, é uma terapia. No momento em que estou lá na quadra eu esqueço tudo e me sinto viva, com forças para continuar. A vida não acabou, ela continua. Eu não quero viver a doença, eu quero viver o handebol”, declarou a professora, que diariamente ensina às crianças lições no esporte e na vida.
Parceiros do handebol– A Liga de Handebol do Amazonas (LIHAM) é filiada à Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) e à Associação das Federações Olímpicas do Amazonas (Afoam). A entidade local recebe apoio institucional do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria do Desporto e Lazer (Sedel, que substituiu a Faar). Também são parceiros da modalidade a deputada estadual Alessandra Campelo, que contribui de forma direta e com emendas, além da Kempa (bolas oficiais), Dale Hand (cola para handebol), Dr. Guaraná (Energy Shot) e Emanuel Sports & Marketing (assessoria de imprensa).
Texto e fotos: Emanuel Mendes Siqueira (92) 99122-3785
Assessoria Emanuel Sports & Marketing