Na Zona Leste de Manaus, uma bela história no jiu-jítsu amazonense. Com apenas três meses praticando a “arte suave”, o pequeno José Adrian, de 9 anos, começa a mudar a vida de sua família graças aos ensinamentos do esporte. Em vez de medalhas ou pódios, superar as próprias limitações físicas é o desafio diário do aluno da academia Chiquinho Top Team, do bairro Novo Aleixo.
Após uma apresentação na 10ª Copa Zona Leste Laguna Beach de Jiu-Jítsu, realizada no último sábado, 30 de setembro, no Clube do Trabalhador do Amazonas, o pai Jorge Adriano contou um pouco da sobre a vida do filho estreante nos tatames.
José Adrian nasceu com mielomeningocele (espinha bífida ou disrafismo espinhal), que é uma deficiência congênita da coluna vertebral, fazendo com que a medula espinhal da criança nasça exposta. A medula é a ligação entre o cérebro e os nervos periféricos do corpo e, ao não se formar corretamente, compromete as funções motoras e de órgãos, como bexiga e intestino. Obstáculos quase instransponíveis. Não para o pequeno José.
Filho de mototaxista e sobrinho do lutador de MMA Hudson Melo, atualmente tentando carreira no Rio de Janeiro, o garoto descobriu o jiu-jítsu há três meses. Os benefícios físicos e psicológicos da arte suave já são comemorados pelo pai entusiasta da modalidade.
“É um esporte muito bom, uma maneira de incentivá-lo a praticar uma atividade física, a estar trabalhando a coordenação motora, psicológica, e a estar interagindo com outras pessoas no meio da sociedade que tem tanto preconceito com as pessoas que são portadoras de necessidades especiais. O maior preconceito está nas próprias pessoas que se limitam em certas áreas, mas meu filho está aqui para mostrar que não existem limitações. Deus está nos dando força para superar os obstáculos”, afirma Jorge Adriano.
O garoto cursa o terceiro ano do Ensino Fundamental no Centro Educacional Estrelinha do Amanhã, no São José. As aulas acontecem na parte da tarde, enquanto os treinamentos de jiu-jítsu são feitos à noite na academia do mestre Chiquinho. José Adrian também faz fisioterapia durante o dia.
“Ele pede para ir para o jiu-jítsu, é uma coisa que ele gosta, então estou aí para apoiá-lo em tudo. Ele disputou a Copa Kids do Alvorada e agora a Copa Zona Leste. Recomendo os pais que têm filhos com qualquer tipo de deficiência física que incentivem seus filhos a praticar algum esporte. Isso ajuda muito a criança tanto na parte física quanto na socialização”, enfatiza o mototaxista, orgulhoso pela medalha obtida na apresentação do pupilo.
Você pode ajudar
O pai faz um apelo: o garoto carece muito da ajuda das pessoas e empresas para melhorar a qualidade de vida. O pequeno José precisa de acompanhamento médico e fisioterápico, além de exames como ressonância magnética, fraldas, sondas e outros itens essenciais para o tratamento.
“Ele precisa fazer uma série de exames, que pelo SUS é muito difícil de conseguir. Já cansei de dormir no PAM em busca de atendimento médico e ainda tem a situação financeira que não está muito boa. Apesar de tudo, ele é um incentivo para mim, pois o médico disse que ele não ia nem andar, que ia vegetar numa cama. Ele é um guerreiro que luta pela vida, que vai superando as barreiras todos os dias. Através do meu filho eu fico mais forte”, conclui Jorge Adriano, emocionado ao ver seu garoto sorrindo com o quimono e a faixa branca.
Ajude o pequeno José pelo (92) 99109-0632, falar com Jorge Adriano
Texto e fotos: Emanuel Mendes Siqueira (92) 99122-3785
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