Em ações isoladas, as jogadoras da seleção brasileira feminina estão, pouco a pouco, reivindicando pelos seus direitos e se pronunciando sobre a demissão da técnica Emily Lima na última semana – Vadão foi anunciado como substituto. A primeira delas foi a atacante Cristiane. Depois, a volante Francielle seguiu seus passos. Nesta quinta-feira, 28 de setembro, mais uma. Após 18 anos defendendo a seleção, a meia Rosana anunciou seu desejo de não defender mais o time nacional.
“Diante das circunstâncias e adversidades dos últimos acontecimentos, sinto que as atletas não têm voz, e querer expor um ponto de vista, mexe com a vaidade e ego de muitos. Muito se pede para que as atletas se manifestem e reivindiquem. E sim, acho que deveríamos fazer isso, mesmo depois de uma tentativa fracassada como no pedido de permanência da comissão da Emily”, afirmou a atleta, se referindo a uma carta redigida por 24 das 26 jogadoras para o presidente da CBF Marco Polo Del Nero solicitando a permanência da comissão da técnica.
Em seu pronunciamento, afirmou entender a decisão de atletas que optem por não se pronunciar sobre o caso, mas exaltou a força que podem ter fazendo disso uma ação conjunta. “Entendo que muitas meninas ali, junto com os seus familiares têm um sonho. E protestando algo, têm medo que esse sonho seja abortado abruptamente, por não saberem a força que teriam juntas”, disse.
Uma das mais experientes do grupo, ao lado de Marta, a atacante Cristiane, de 32 anos, – que já foi a terceira melhor do mundo – tornou pública a decisão após a demissão da técnica Emily Lima.
“A decisão mais difícil que já tomei na minha vida até hoje, profissionalmente, pensei durante todos esses dias. Escutei vários pedidos para que eu pensasse, inclusive das meninas, das atletas, mas eu não vejo outra alternativa por conta de todos os acontecimentos coisas que eu já não tenho forças pra aguentar. Aguentei por 17 anos, mas não tenho mais força”, disse Cristiane, que questionou a falta de tempo dado a Emily para trabalhar:
“Simplesmente tiraram essa comissão em pouquíssimo tempo. Todas as atletas estavam gostando do trabalho. Fico sem entender… Por que todas as comissões que passaram tiveram um tempo muito grande de trabalho, conseguiram um ciclo todo de trabalho e essa não teve se quer a oportunidade? Por que era mulher?”.
Texto: Super Esportes e Lance – edição Emanuel Sports
Fotos: CBF