A edição do Jornal Nacional desta terça-feira, 2, transformou o Amazonas em piada para o Brasil inteiro ver. O Estado com orçamento de mais de R$ 15 bilhões em 2018 alega que não tem a mísera quantia de pouco mais de R$ 50 mil para custear a viagem dos jovens jogadores do Fast Clube para a Copa São Paulo de Futebol de Juniores. Faltou sensibilidade e prioridade.
Campeão amazonense da categoria Sub-20 em 2017, o Fast esperava apenas o cumprimento do regulamento para representar o Amazonas na competição que é a maior vitrine do futebol brasileiro para os jovens atletas. Campos por onde brilharam craques como Neymar, o mais caro do mundo na atualidade.
As regras eram claras, como diria o comentarista Arnaldo César Coelho. O Fast foi campeão e, no lugar levar apenas jogadores do clube, em acordo com a federação montou uma seleção com atletas de clubes como Nacional, Princesa do Solimões, Manaus FC, Rio Negro e Tarumã. Seria o Amazonas lá fora, com estrutura de treinamento bancada pela Federação Amazonense de Futebol (FAF). Essa parte foi cumprida, diga-se de passagem. A garotada ralou por três meses no CT da Ulbra, no Japiim.
As passagens aéreas ficariam a cargo do Governo do Amazonas, via Secretaria de Estado da Juventude, Desporto e Lazer (Sejel), algo pactuado desde o início do campeonato. O apoio ao futebol de base caminhava para ser um projeto de Estado e não de Governo apenas. Entretanto, o sonho de meninos humildes do futebol amazonense virou pesadelo com a negativa do Governo na última semana. De nada adiantaram os apelos.
A burocracia governamental usada como argumento para não ceder as passagens não justifica a frustração ao qual Governo submeteu seus jovens que sonham com uma vida melhor pelo caminho do esporte. Foi uma facada no peito de meninos que só queriam jogar bola, representar seu Estado como guerreiros numa batalha em território inimigo. Estou do lado deles!!!
Não se trata de culpar A, B, C ou D… Era questão de ter um problema e resolvê-lo da melhor maneira possível. Comigo não cola essa história de falta de prestação de contas do Fast na última viagem à competição. Era obrigação do clube fazê-la, mas também (e principalmente) da secretaria acompanhar o processo. É lógico que os clubes precisam se organizar, se profissionalizar, mas levaram em conta o sonho dos atletas, a frustração que causaram a eles e seus familiares na hora de negar as passagens? E a obrigação de fomentar o esporte por parte da Sejel, foi esquecida?
A chamada de hoje do Jornal Nacional (clique aqui para ver a matéria) dizendo que o Amazonas é o único Estado a não mandar representante à Copinha é um vexame para governantes, sejam eles do Estado ou da Prefeitura. Com o perdão da palavra, eles não entendem nada de esporte, afinal são especialistas apenas em transformar o Amazonas em manchete negativa com seguidos escândalos de corrupção, violência contra a mulher, exploração sexual de crianças, assassinato de jovens, massacres e fugas em presídios.
Números da nossa pobre riqueza:
O Polo Industrial de Manaus registrou faturamento de R$ 74,4 bilhões em 2016, o que equivale a uma diminuição de 6,14% em relação ao valor obtido em 2015 (R$ 79,3 bilhões). Em dólar, os US$ 21.85 bilhões alcançados em 2016 representaram uma queda de 9,28% na comparação com o ano anterior (US$ 24.08 bilhões). Fonte: Suframa
O Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2018 prevê orçamento de R$ 15,4 bilhões. O Governo do Estado diz que o volume 4,38% maior que o de 2017. Fonte: G1 Amazonas
Já a Prefeitura de Manaus terá um orçamento de R$ 4,7 bilhões para trabalhar em 2018. Fonte: Amazonas Em Tempo
Artigo assinado por: Emanuel Mendes Siqueira, jornalista, fundador do site www.emanuelsports.com.br
Arte: Marcelo Figueiredo